Como caíram as muralhas de Jericó, JOsué 6
A conquista da cidade de Jericó, feita pelo povo de Israel conduzido por Josué, aparece narrada no cap. 6 do livro de Josué e situa-se cerca de 1200 a.C., quando os israelitas chegaram à Palestina, a Terra Prometida.
A primeira cidade inimiga que encontraram foi Jericó, um centro importante e rico (Js 6,24), rodeado por muralhas altas e poderosas (6,5). No seu interior habitavam os cananeus, com um rei, serviços secretos de inteligência (Js 2,2) e um valoroso exército. Os israelitas, pelo contrário, eram apenas um bando desorganizado de tribos e clãs que vinham a fugir da escravidão do Egito. Como é que poderiam conquistar todo o país, se a primeira cidade já parecia inconquistável?
Nesse momento Deus falou a Josué e explicou-lhe a estratégia que deviam utilizar para vencer e destruir Jericó, exterminando todos os habitantes da cidade. Era um ritual estranho: durante 7 dias, marchariam em círculo à volta da cidade, com a Arca da Aliança; os sacerdotes iriam tocando as trombetas, enquanto o resto do povo acompanharia com um solene silêncio; dariam uma volta cada dia e voltariam para o acampamento (Js 6,15-20).
Esta batalha de Jericó aparece como um acontecimento militar chave para o povo de Israel, uma vez que lhe abriu as portas da conquista da Palestina. Porém, na realidade, o que terá acontecido? Durante séculos as opiniões dos biblistas dividiram-se, desde um rotundo impossível, à fega cega num milagre de Deus, à atribuição a um fenómeno natural como um terramoto, ou a considerarem que a expressão "muro da cidade" era uma metáfora para designar a "guarda da cidade".
Um achado arqueológico pôs fim a este debate. A cidade de Jericó foi descoberta em 1868, a 28 Km ao nordeste de Jerusalém, perto do Mar Morto. As primeiras escavações realizaram-se entre 1908 e 1910, pelos alemães E. Sellin y C. Watzinger. Entre 1930 e 1936 houve uma 2ª campanha arqueológica, dirigida pelo inglês John Garstang. Finalmente, entre 1952 e 1959 houve a 3ª e última campanha, dirigida pela arqueóloga Kathleen Kenyon.
A primeira surpresa surgiu quando se verificou que Jericó seria a cidade mais antiga do mundo, pois encontraram-se restos de uma muralha de defesa (com 2 metros de largura e uma torre de 9 metros), datada de 8.000 a.C.
Então, Jericó erguia-se num fértil oásis, de abundantes palmeiras e tâmaras, com copiosas nascentes de água. Os habitantes da cidade enterravam os seus mortos debaixo do piso das suas próprias casas. Esta cidade teria sido destruída pela guerra e abandonada cerca de 7.200 a.C.
A 2ª grande descoberta foi que não houve apenas uma Jericó, mas muitas, pois ao longo da sua história a cidade foi destruída e reconstruída numerosas vezes, devido a catástrofes, guerras, invasões, conflitos, dando origem a um total de 17 Jericó, o que mostra a sua importância estratégica. A última Jericó que os arqueólogos
encontraram foi a do ano 1550 a.C.Ora, se Jericó não voltou a ser edificada após esta última devastação, supostamente quando Josué chegou com os israelitas à Terra Prometida (cerca de 1200 a.C.), havia já 350 anos que a cidade tinha deixado de existir! Significa que a conquista de Jericó carece de fundamento histórico?
Há outra explicação possível: embora a cidade já não existisse em 1200 a.C., alguma população teriam ocupado novamente as ruínas daquele lugar, convertido então numa cidade fantasma e teria sido com eles que os israelitas se confrontaram e impuseram.
Séculos mais tarde, quando os israelitas começaram a pôr por escrito os relatos da conquista da Palestina, contaram este episódio da única forma que o sabiam fazer: não como historiadores profissionais, mas como homens de fé, como se fosse uma liturgia, surgindo o relato acima mencionado, talvez inspirados na procissão que todos os anos se realizava, a partir do santuário vizinho de Guilgal, à volta das ruínas para comemorar a conquista. Vejamos
•não são os guerreiros a terem o papel principal no combate, mas os sacerdotes;
•são usadas trombetas, principal instrumento musical de louvor a Deus e de oração em todas as festas religiosas (Nm 10,10);
•nenhum general dirige a batalha, mas a Arca da Aliança;
•os soldados israelitas assistem a uma procissão, e não a um combate, guardando o respeitoso silêncio próprio da oração;
•o grito de guerra que lançam no último dia era o clamor que os israelitas costumavam lançar nas suas festas religiosas (2Sm 6,15; Lv 25,9; Nm 29,1);
•o relato está contado simbolicamente pelo uso do número 7 que significa perfeição: 7 dias dura a procissão, 7 sacerdotes levam 7 trombetas, no 7º dia dão 7 voltas
Não nos esqueçamos que eles escreviam para que os seus relatos fossem lidos no templo, nas suas reuniões e grupos de oração
Tal como a antiga Jericó, também hoje existe um mundo do mal fechado atrás das suas firmes fortificações ou muralhas. As injustiças sociais, a mentira, a corrupção, o desprezo pelos mais débeis, a fome, impedem que as pessoas entrem na salvação, isto é, num novo tipo de sociedade em que a dignidade de todos seja respeitada e onde todos tenham direito à educação, ao trabalho, a viver em paz, de modo a constituir uma nova Terra Prometida.
Hoje fazem falta trombetas capazes de vencer esta fortaleza injusta e perversa: as trombetas da solidariedade, do serviço, do testemunho de vida. Mas não bastam as trombetas; Josué ordenou um grito de guerra em uníssono. A condição essencial para que a Igreja vença é a sua unidade, a sua união.
A batalha de Jericó é eterna, prolonga-se através dos séculos. Com o anúncio constante do Evangelho, o testemunho de vida e, sobretudo, a unidade da Igreja, a soberba Jericó pode ser destruída, entrincheirada atrás das suas torres de egoísmo, de pecados sociais Quando a Igreja (que também somos nós) gritar com o seu exemplo de vida e a sua unidadetudo o que seja inimigo do homem ficará convertido em escombros,
Creio somente no Poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ó MAÕ ENSANGUENTADAS DE JESUS...LIBERTA-NOS.
sábado, 3 de outubro de 2009
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2 comentários:
Tatiana
Faz 1 mês que eu e meu marido estamos indo na novena, estamos amando e está sendo uma benção para nós.
Estava gravida e tinha muito medo de ter que fazer uma cesariana, mas como Deus faz tudo acontecer na hora certa, sabado a noite estava passando mal, não houve como ser parto normal, pois o bebê estava sentado, mas graças a Deuscorreu tudo bem comigoe com a Livia.
Louvado seja Deus!
A paz do Senhor Jesus esteja em vossos corações. Em agradecimento a Deus vnho testemunhar sobre minha vida espiritual. Hoje compreendo o que é o Santissimo. Não tenho coragem de tirar os meus olhos dele. Pois quando caminhava em outros lugares, onde ele não estava, eu era infeliz nas minhas decisões.
Mas hoje, posso dizer com firmeza que o Senhor é dono da minha estrada. Eu e minha familia somos do Senhor.
Amém!
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